segunda-feira, 19 de abril de 2010

Provocação

Vão lá ameaçar o vulcão dos islandeses para honrar indemnizações sobre prejuízos derivados do encerramento do tráfego aéreo na Europa e oiçam a resposta. :)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tabu

Na parte da blogosfera por onde passeio há uns meses, tenho lido sobre uma grande diversidade de assuntos. Partilham-se grandes marcos da vida, acontecimentos do quotidiano, ódios, queixas, elogios, aspectos corporais, notícias, sexo, alegrias, roupa, receitas, factos científicos, política, relações amorosas, familiares, pessoais, laborais e animais. Fala-se de temas íntimos ou públicos para descarregar, registar ou antecipar identificação com alguém que nos leia, em formas explícitas ou encriptadas, em gritos, desabafos, relatos ou explicações, numa abordagem desinibida, favorecida certamente pelo anonimato.

No entanto, há um tópico tabu, apesar de, pelo menos em algumas alturas, também provocar frustrações, ansiedades e desilusões, e também ser traduzível em verborreias. Estou a falar de não se falar na vertente financeira da vida de cada um. O dinheiro não existe. Nada de montantes de vencimento, avenças, aquisições ou dívidas. Ou então aparece é para dizer que aqueles Louboutin de sonho, inalcançáveis, custam €300 ou o preço do gasóleo aumentou outra vez, para €1,179.

Especulo uma caldeirada de justificações para a reserva. Talvez porque o assunto se esgote em si mesmo; é chato; os números favorecem comparações e consequentemente a inveja; é fútil; existe vergonha; é difícil transmitir o contexto laboral; medo de raptos e da criminalidade em geral; pode originar pedinchice; é propiciador de afastamentos, exibicionismo ou miserabilismo; nem os próprios querem pensar no assunto. Enfim, as explicações são inúmeras para este assunto ser considerados ultra-pornográfico, hardcore e ser tratado ao nível dos que parecem colocar em causa a sobrevivência, mesmo a coberto do anonimato.

Vejam lá se não se revêem nas afirmações: a vaca da minha chefe não me aumentou outra vez e fiquei nos €1.200; o Manel faz muito menos do que eu e recebe mais €1.000 só porque é mais velho; nem tenho dinheiro para ir ao cinema; naquela venda de droga ganhei €1.500 e dupliquei o capital investido; este mês recebi €6.700; não sei se o dinheiro chega ao fim do mês; a relação dos vencimentos com o trabalho produzido, por aqui, é completamente aleatória; não quero viver à custa de ninguém; os aumentos anuais são rotativos e alheios ao mérito; o que me safou foi o prémio de €5.000 referente àquele projecto mas mesmo assim é injusto; ganho €5 de comissão por cada cartão de crédito que consigo impingir pelo telefone.

É só. É demasiado sensível. Não tenho mais nada a dizer. Não mexo em dinheiro. Por favor, paguem à minha assistente.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Frank McCourt

Frank McCourt tinha ascendência irlandesa e cresceu na miséria. No vídeo anexo, na apresentação do seu livro de memórias “Teacher man” descreve as condicionantes da sua infância, várias etapas da sua vida e a sua experiência como professor. Revela-se um excelente comunicador e identifica, de uma maneira franca e humorada, o essencial da sua profissão. Faleceu o ano passado com 78 anos. Parece ter tido uma mente aberta.

http://video.google.com/videoplay?docid=8250374906317052977
http://en.wikipedia.org/wiki/Frank_McCourt